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Setor hoteleiro projeta cenário otimista para segundo semestre em Mato Grosso do Sul

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No Estado o setor de maior impacto é o ecoturismo, que representa 4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB)

O setor hoteleiro de Mato Grosso do Sul se recupera do impacto negativo causado pela pandemia de Covid-19 e já projeta índice positivo para o segundo semestre de 2022.

No Estado, o turismo representa 4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB), avaliado no ano de 2019 em R$ 106 bilhões.

Dados da Sondagem Empresarial, realizada pelo Ministério do Turismo, entre os meses de março e abril deste ano, constataram que 33% dos proprietários de hotéis, pousadas e hospedarias entrevistados no Centro-Oeste, esperam crescimento das receitas.

A região é a mais otimista no quesito projeção financeira.

O primeiro vice-presidente da Associação Brasileira da Industria de Hotéis do Mato Grosso do Sul (ABIH-MS), Marcelo Mesquita, explica o porquê do otimismo.

“A gente já passou o momento mais difícil da pandemia, no mercado corporativo, houve um retardo, mas está se restabelecendo”.

“Um ponto muito importante é justamente o setor de eventos ou empresarial, principalmente esse último. Normalmente o segundo semestre é o que tem mais impacto mesmo”, pontua.

Mesquita acrescenta que mesmo com um cenário não “100% favorável” ao setor, os empresários estão esperançosos.

“Existe um otimismo natural no aumento no faturamento em relação a 2019. Mesmo com a inflação, ainda somos positivos”.

“Então o cenário é positivo, quando comparado a antes da Covid, ainda é satisfatório o segundo semestre do ano”, explica.

De acordo com o relatório, comparado ao mesmo período de 2020, 57,1% dos empresários da região se mostraram favoráveis a investir em seus estabelecimentos nos próximos seis meses.

Desse número, 15,8%  têm certeza do investimento. Em contrapartida, 42,9% revelaram não ter a mesma pretensão.

Apesar da melhora o setor, o turismo na região central do Brasil ainda possui muitas arestas a serem aparadas, e isso também se aplica a Mato Grosso do Sul.

Conforme o documento, mesmo com alta expectativa e empresários dispostos a investir, 50,8% dos entrevistados  acreditam na possibilidade de queda no faturamento da empresa no período de julho a dezembro.

Ademais, 49,2% acham que haverá quedas significativas também no valor gasto em turismo nos destinos.

Um dos problemas que a rede hoteleria ainda enfrenta é a falta de mão de obra especializada.

O número de empregados na região apresentou estabilidade no 2º semestre de 2021 em comparação com o 2º semestre de 2020, conforme indicam 41,3% dos empresários entrevistados da região.

Para os próximos meses a expectativa também é de estabilidade, com percentual de  39,7%.

Marcelo Mesquita evidencia que o grande desafio do setor está sendo o “apagão de mão de obra” e a falta de entendimento dos fatores funcionários e faturamentos.

“As empresas já se readequaram a ter uma melhor relação colaboradores vs faturamento. A  maioria fez isso melhor. Já é uma realidade. O problema é está faltando essa mão de obra no mercado, falta de garçom, camareiro, cozinheiro, muitos hotéis querem contratar, mas não encontram”, finaliza.

A questão influência diretamente no número de pessoas atendidas pelas empresas e no critério de expansão de serviços, consequentemente, na receita de hotéis, hospedarias e pousadas.

Ecoturismo em Mato Grosso do Sul

Como já publicado pelo Correio do Estado, os municípios de Mato Grosso do Sul que concentram maior movimentação, econômica e ecoturística são Bonito e Corumbá. No primeiro caso, o turismo representa em torno de 60% do PIB local e é a principal atividade econômica.

Na divisão que o setor permite fazer, o ecoturismo é a base mais forte encontrada em Bonito, que tem 22,4 mil habitantes, conforme dados do IBGE de 2021.

O caso de Corumbá mescla o ecoturismo nas pousadas com o turismo de pesca esportiva. Em todos esses casos, o valor agregado dos produtos fornecidos é alto.

Outras duas cidades somam-se ao movimento da indústria limpa, mas com parcela menor na contribuição econômica. Nesse caso, Três Lagoas e Dourados são destinos mais voltados para o turismo empresarial, por conta das indústrias instaladas.

Cenário nacional

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a tendência de recuperação do mercado de viagens.

Segundo o Instituto, o Índice de Atividades Turísticas no país registrou aumento de 75,6% em março na comparação com o mesmo mês de 2021.

Em relação a fevereiro deste ano, a alta chegou a 4,5%. Já no acumulado do primeiro trimestre de 2022, a taxa somou um crescimento de 42,2% frente a igual período do ano passado.

Com relação ao faturamento da empresa, 46,8% dos entrevistados apontam uma possível diminuição, os demais ficaram divididos entre estabilidade (25,1%) e aumento com 28,1% dos entrevistados.

A perspectiva para os próximos 6 meses é de queda na rentabilidade do setor para 43,4% dos empresários, para os demais os cenários são de estabilidade (30,8%) e de aumento (25,8%).

Para a pretensão de investimento, cerca de 44,6% dos empresários entrevistados se mostraram favoráveis a investir em seus estabelecimentos nos próximos 6 meses, sendo que desses, 16,8% afirmaram que investirão com certeza. Já 38,6% indicaram que não têm a mesma pretensão de investimento.

Via Correio do Estado MS

 

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