Seleção de filmes e séries em plataformas digitais
A dica da semana é a série brasileira “Os Ausentes”, disponível na HBO Max
“Os Ausentes”
Primeira série brasileira da HBO Max retrata casos de desaparecimento na grande São Paulo
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, o Brasil teve mais de 79 mil casos de pessoas desaparecidas.
Ou seja, na média, 217 indivíduos desapareceram por dia no país.
As circunstâncias para tal são diversas e, diferentemente do que muitos acreditam, não é preciso esperar 24 horas para comunicar um desaparecimento.
Com o intuito de retratar essa triste realidade, a HBO Max decidiu transformá-la em enredo de sua primeira série original brasileira, intitulada “Os Ausentes”.
A trama gira ao redor do ex-delegado Raul Fagnani (Erom Cordeiro) que após o desaparecimento da própria filha de cinco anos, decide abrir uma agência chamada Ausentes, que investiga o paradeiro de pessoas desaparecidas na grande São Paulo.
Ao longo dos seus dez anos de funcionamento, a Ausentes se tornou famosa no submundo paulista por atender todo tipo de cliente, especialmente aqueles que não podem ou não querem envolver a polícia.
Atormentado pelo passado, Raul sempre mergulha a fundo no trabalho para aqueles que lhe procuram por ajuda não tenham que viver com a mesma dúvida que ele carrega.
Um dia, Maria Julia (Maria Flor) chega à agência na intenção de se juntar à equipe como parceira de Raul nas ruas.
A atitude é vista com extrema desconfiança pelo ex-delegado. Todavia, por precisar aumentar seu time, aceita contratá-la.
Acontece que Maria Julia também está à procura de um ente querido: seu pai, que sumiu no coração de São Paulo enquanto ela estava em Buenos Aires.
Assim, ao longo de dez episódios de 45 minutos, a série aborda as diferentes histórias daqueles que recorrem à Ausentes em busca de respostas para o desaparecimento de seus entes queridos, enquanto penetra pelas tragédias pessoais de cada integrante da agência.
Link para o trailer de “Os Ausentes”.
Paixões no resort
Alicia Keys se une à Netflix para produção de uma nova comédia romântica original da plataforma de streaming
As Ilhas Maurício são formadas por dois arquipélagos perto da costa sul-africana, no Oceano Índico, conhecido por suas praias cristalinas e densas florestas.
Em 1598, as ilhas foram colonizadas pelos holandeses, que escolheram seu nome em homenagem ao Rei Maurício de Nassau.
Em seguida, sofreram influência da França e da Inglaterra, até alcançaram a independência em 1968.
E é nesse paraíso tropical que se passa o novo filme da Netflix, “Fugindo do Amor”, uma produção de Alicia Keys.
O longa acompanha a trajetória de Erica (Christina Milian), cujo sonho era ser conhecida por sua voz.
Contudo, por causa de alguns contratempos, aceita um trabalho como cantora em um resort de luxo nas Ilhas Maurício.
Acontece que há um ano Erica vivia um de seus piores momentos, pois seu relacionamento de quatro anos e meio com Jason (Jay Pharoah), que havia se transformado em noivado, chegara ao fim.
Apesar do tempo, ela ainda não havia superado o término e, portanto, quando a oportunidade de se mudar para uma ilha paradisíaca apareceu, ela não pensou muito antes de aceitar.
Com pouco tempo no novo emprego, Erica conhece Caleb (Sinqua Walls), um homem descontraído com o qual se conecta instantaneamente e que estava no resort para o casamento de seu irmão.
Até esse momento, sua história tinha tudo para se transformar em um romance de verão, no entanto, tudo muda quando ela descobre que Jason, seu ex-noivo, é o irmão de Caleb.
Para piorar a situação, Erica é a única cantora da hospedagem e precisa performar no casamento do ex, que pede para ela não contar a sua atual noiva, Beverly (Christiani Pitts), que eles já foram um casal.
No entanto, em meio aos preparativos para o casamento, a convivência com Jason e Caleb se torna inevitável, o que desperta sentimentos contraditórios e até então esquecidos em Erica.
Link para o trailer de “Fugindo do Amor”.
Presente que repete o passado
Em seu novo documentário “Prece Antigay”, a Netflix irá explorar as consequências da Terapia de Reorientação Sexual
Geralmente ligada a uma religião, os centros de reorientação sexual são lugares que ainda encaram como patologias qualquer identidade de gênero ou orientação sexual que diferem da concepção cis-heteronormativa, considerada “normal”.
Por conta disso, tais locais possuem discursos de “cura gay”, onde prometem – por meio de métodos variados que vão desde a reclusão e oração até procedimentos cirúrgicos – tornar a pessoa cis hétero.
Apesar da comunidade LGBTQIA+ já ter conseguido alguns direitos importantes, até hoje esse tipo de “terapia” é legal no Brasil e nos Estados Unidos.
Para abordar as consequências desse tipo de organização na vida das pessoas, a Netflix lançará no dia 3 de agosto o documentário “Prece Antigay”.
O filme conta com a produção de Ryan Murphy e mostra o testemunho tanto de sobreviventes da terapia de conversão sexual quanto ex-líderes da organização cristã internacional Exodus, que surgiu nos anos 1970 e se tornou uma das maiores e mais controversas defensoras do discurso de “cura gay” dos Estados Unidos, com mais de 250 membros.
A Exodus só chegou ao fim em 2013, depois de ter enfrentado várias crises com alguns de seus líderes se assumindo membros da comunidade LGBTQIA+.
Além de pegar testemunhos desses dois grupos, o documentário também irá abordar como ainda hoje existem pessoas fomentando o discurso de “cura gay” pelo mundo.
Algumas delas, inclusive, dissidentes do próprio Exodus, como a organização Restored Hope Network (rede de restauração da esperança).
“Prece Antigay” é um filme que escancara a verdade na cara do espectador e o convida a refletir tanto sobre os preconceitos vigentes na sociedade quanto sobre o poder do discurso e o quão nocivo pode ser o seu impacto na vida das pessoas que acreditam ou (em muitos casos) são forçadas a acreditar.
Link para o trailer de “Prece Antigay”.