Safra da Cana-de-açúcar 2024 encerra com produção recorde em Mato Grosso do Sul
Saldo registrado é de 52,4 milhões de toneladas, quantidade 17,4% maior do que ano passado
A Safra da Cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul encerrou o ciclo 2023/2024, com recorde de produção. Em um ciclo de recuperação de produtividade e condições climáticas favoráveis, sem ocorrência de geadas, foram processadas 52,4 milhões de toneladas da matéria-prima, quantidade 17,4% maior em relação à temporada anterior.
A produção de etanol também foi destaque, atingindo 3,8 bilhões de litros (+15%) e de açúcar 2,2 milhões de toneladas (+50,9%). A energia elétrica produzida a partir da biomassa da cana também apresentou saldo positivo, chegando a 2 milhões de MWh (+8,6%) exportados para a rede nacional.
Dados foram divulgados durante a abertura da Expocanas, na quarta-feira (10) em Nova Alvorada do Sul (MS).
O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, destacou a consolidação do Estado no ranking nacional de produção de bioenergia. “Mato Grosso do Sul se mantém entre os principais players do setor, sendo o quarto maior produtor de cana e de etanol, o quinto de açúcar e ainda o quarto maior exportador de bioeletricidade para o sistema”, pontua.
Segundo Pekelman, o setor está em sua terceira fase de expansão no Estado e projeto salto de produção ainda mais significativo para os próximos ciclos. “A tendência é crescer cada vez mais junto, com um trabalho de longo prazo. Pelas projeções que estamos fazendo, o Mato Grosso do Sul nas próximas duas safras pode ser o segundo maior produtor de etanol no Brasil”, afirmou Pekelman.
BIOENERGIA
Atualmente, são 19 indústrias bioenergéticas em operação no Estado. A atividade é responsável por injetar mais de R$ 1,2 bilhões em massa salarial no Estado e representa 16,5% no PIB Industrial. “Geramos cerca de 30 mil empregos diretos e terceirizados e estamos presentes em mais de 40 municípios, gerando oportunidade de trabalho, capacitação de profissionais, renda e desenvolvimento local”, ressaltou.
O Governador do Estado, Eduardo Riedel, reforça que vem trabalhando para que o Estado avance na produção de energia limpa e renovável. “Da nossa parte, estamos assumindo o compromisso de reduzir a alíquota de ICMS sobre o biometano de 17% para 1,8%, para estimular o setor de bioenergia no Estado e torná-lo cada vez mais competitivo. O posicionamento estratégico do Mato Grosso do Sul diante do Brasil e do mundo está focado em segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade ambiental”, anunciou.
INVESTIMENTO
A Atvos anunciou investimento de R$ 350 milhões em uma usina de biometano em Nova Alvorada do Sul. A unidade utilizará como insumos a vinhaça e a torta de filtro, resíduos resultantes da cadeia produtiva da cana, ocupará uma área de 150 mil metros quadrados e terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano.
Esta será a segunda unidade do setor sucroenergético a investir neste tipo de energia em Mato Grosso do Sul. A primeira usina foi lançada pela Adecoagro em Ivinhema que já está duplicando sua capacidade de produção.
“Temos a produção de biometano na suinocultura, na Adecoagro e agora vamos reduzir a alíquota do ICMS para o biometano. Tudo isso caminha para estimular este mercado, é uma grande fronteira, uma transição energética”, salientou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.
Via Correio do Estado MS