Produção industrial de MS enfrenta quatro desafios para romper “estabilidade” e, de fato, avançar
Sondagem do Radar Fiems aponta que barreiras do crescimento aparecem, em cenário de pessimismo e falta de confiança maiores, pelos próximos seis meses
Em um atual momento de estabilidade e/ou crescimento, a produção industrial de Mato Grosso do Sul tem quatro principais desafios principais pela frente, registrados no último trimestre de 2022, para romper de vez com o “marasmo” e avançar de fato.
São eles: a demanda interna insuficiente; falta de trabalhador qualificado, elevada carga tributária e do alto custo da matéria-prima, segundo a Sondagem do Radar Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems).
Ainda que a atividade tenha sido menos intensa no final do ano, segundo o relatório – comum para o período -, e a produção tenha sido bem ou estável, a confiaça e intenção de investimento recuaram, se comparado com o último levantamento.
Vale ressaltar que, entre os resultados positivos, a queda foi sinalizada por 36%, 67 empresas respondentes, que corresponde a um recorte de 4,0% da amostra nacional.
Nesse cenário, 2022 chegou ao fim com a marca de 45,3 pontos no índice de evolução da produção, resultado que é 1,8 pontos acima da média histórica para o período.
Entre os pontos que simbolizam essa estabilidade, aponta-se a utilização da capacidade instalada, onde mais da metade (63%) apontou que a média ficou igual ou acima do usual para dezembro.
Fim de 2022 em condições financeiras
Conforme o material do Radar Industrial, um quarto das empresas apontou um aumento no preço das matérias-primas, enquanto mais da metade (54%) viu estabilidade nos valores praticados no período.
No geral, 60% das empresas classificam as próprias situações financeiras como satisfatórias, com o mesmo cerca de um quarto dos produtores (24%) declarando que a situação está ruim, valor maior do que os que dizem enfrentar uma maré “boa” (17%).
Quando se considera os que encaram a situação como “boa”, o percentual é ainda mais baixo (12%) se tratando da margem de lucro operacional.
Ou seja, quando o assunto é a margem do que se ganha com operações, somente cerca de 52% consideram a situação satisfatória, com outros 36% encarando os lucros operacionais como ruins.
Confira abaixo o quadro com os problemas enfrentados, no quarto trimestre de 2022, pelos produtores de Mato Grosso do Sul.
Expectativas e intenção de investimento
Para os próximos seis meses, contando deste janeiro – conforme coletado entre os dias 3 a 13 – a previsão de estabilidade é visível, sem aumentos significativos tanto nas demandas, quanto na compra de matérias-primas e número de empregados.
Mais da metade das empresas (52,2%) sinalizam que as demandas se manteram no nível estável. O aumento é previsto por 26,9%, enquanto outros 20,9% se preparam para uma queda na busca.
Essa visão de estabilidade pelos próximos meses so cresce, quando analisadas as compras de matérias-primas e gasto com empregados, que sinalizam, respectivamente, 61% e 73,1%.
Em questão de como devem ficar as compras pelos próximos meses, os pessimistas e otimistas se apresentam quase que equilibrados, com 19,1% prevendo queda e outros 19,9% esperando um aumento.
Justamente esses índices ainda estarem em patamares positivos, sinalizam que: “o otimismo entre os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se encontra menos intenso e disseminado neste período. Ainda assim, 55% dos empresários afirmaram que pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses”, afirma o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Tratando-se de investimento – numa classificação de zero a cem -, o setor tem se mostrado atrativo acima da média, com a intenção para janeiro sinalizando 53,8 pontos.
Importante frisar que essa pesquisa foi feita com empresas dos seguintes segmentos:
- Produtos alimentícios,
- De metal,
- De material plástico,
- Produtos têxteis,
- Confecção de artigos do vestuário e acessórios,
- Máquinas e equipamentos,
- Couros e artefatos de couro,
- Produtos de minerais não metálicos,
- Extração de minerais não metálicos,
- Bebidas,
- Produtos de madeira,
- Químicos,
- Produtos de borracha,
- Atividades de apoio à extração de minerais,
- Calçados e suas partes,
- Biocombustíveis,
- Produtos de limpeza,
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos,
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e
- Móveis.
Via Correio do Estado MS