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Obra da ponte sobre o Rio Paraguai começa em janeiro no Mato Grosso do Sul

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A previsão é de que a obra de R$ 575,5 milhões seja concluída em dezembro de 2024

A ponte internacional, que será construída sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, está em construção dentro do cronograma, com previsão para conclusão em dezembro de 2024.

Em janeiro de 2023, as obras terão início no lado brasileiro. A área está sendo preparada, e o consórcio binacional de construtores aguarda licença da Receita Federal para movimentação de equipamentos.

A ordem de serviço da ponte, que será implantada no km 1000 da Hidrovia do Paraguai e distante 7 km pelo rio ao norte de Porto Murtinho, foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, em ato na fronteira com a presença do governador Reinaldo Azambuja.

A obra, financiada pelo Paraguai com recursos (R$ 575,5 milhões) da Itaipu Binacional, segue em ritmo acelerado e já muda a realidade do lado paraguaio, com expansão urbana de Carmelo Peralta.

A ponte integra a Rota Bioceânica, que irá encurtar em 8 mil quilômetros a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, possibilitando a ligação rodoviária entre os oceanos Atlântico e Pacífico, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

Além disso, do lado brasileiro, a ponte irá tornar Porto Murtinho o centro econômico da Rota Bioceânica e de Mato Grosso do Sul.

Obras

A ponte terá 1.310 metros de comprimento, largura de 20,10 metros e quatro pistas, com capacidade para absorver o fluxo esperado de movimentação de cargas e tráfego de veículos bitrem. Nas laterais, serão construídas passagem de pedestres e uma ciclovia.

Atualmente, 320 operários e dezenas de máquinas estão em operação na obra.

Conforme o engenheiro Sebastião Ronquim, gerente de Planejamento do consórcio binacional, formado pelas empreiteiras Tecnodill Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, em duas semanas o serviço será intensificado do lado brasileiro com a mobilização dos equipamentos e início da implantação da usina de concretagem. O consórcio depende da legalização aduaneira dos maquinários importados junto à Receita Federal.

“Estamos mobilizados para começar essa nova etapa da obra no início do próximo ano, o que será possível com o acesso aberto pelo Governo do Estado e pela prefeitura de Porto Murtinho para que possamos movimentar máquinas pesadas, como as perfuratrizes. Aguardamos a legalização na parte de transporte dos equipamentos, enquanto estamos preparando uma balsa de apoio para iniciarmos a montagem do canteiro de obra”, explicou.

 

Do lado paraguaio, a fase da obra se concentra na fundação para implantação de 28 pilares com profundidade de até 54 metros, nas duas extremidades do rio. O vão central da ponte (parte estaiada) terá 350 metros sustentado por quatro pilares de 120 metros de altura, a 30 metros do nível do rio. A parte chamada convencional (vigas pré-moldadas) se estenderá por 361 metros do lado brasileiro e 300 metros no Paraguai, segundo o projeto.

O engenheiro Sebastião Ronquim explica que o vão central terá ainda uma estrutura (blocos) de apoio de 150 metros de cada lado do rio, com previsão de iniciar a montagem do “tabuleiro” (parte estaiada) com lançamento de vigas e aduelas e concretagem da lage, em meados do próximo ano. “Nessa fase de pico da obra estaremos trabalhando com 600 funcionários”, informa Ronquim, um paulista de 64 anos da Paulitec Construções.

Símbolo de integração continental, a estrutura sobre o Rio Paraguai se transformará também em um marco histórico, “um monumento”, como se expressa o engenheiro. A beleza arquitetônica e a iluminação cênica projetada vão chamar a atenção e a travessia se tornará um atrativo turístico. “Cada obra dessa grandeza tem uma história, mas é uma satisfação trabalhar em um projeto que vai tirar uma região importante e esquecida do isolamento”, diz.

Via Correio do Estado MS

 

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