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Ciência

O que descoberta de cauda de dinossauro preservada em âmbar pode revelar sobre a evolução das penas

Redação

[Via BBC News]

A descoberta, ocorida em Myamar e publicada na revista científica Current Biology, ajuda a entender a disposição das plumas nessas criaturas extintas e oferece pistas sobre a evolução das penas, o que não era possível determinar a partir de evidências fósseis.

“Essa é a primeira vez que encontramos material de dinossauro preservado em âmbar”, disse à BBC o coautor da pesquisa Ryan McKellar, do Museu Royal Saskatchewan, no Canadá.

De acordo com Paul Barrett, do Museu de História Natural de Londres, a descoberta confirma teorias de biólogos do desenvolvimento sobre a ordem em que algumas características das penas surgiram.

A análise revela que as plumas do dinossauro, que deve ter vivido há 99 milhões de anos, não apresentavam um eixo central bem desenvolvido.

Sua estrutura sugere que dois níveis de ramificação das penas modernas, conhecidos como farpas e barbas, surgiram antes do seu eixo central ser formado.

O especialista destaca que pela primeira vez foi possível observar em 3D o arranjo de penas de um dinossauro – quando os animais pré-históricos se tornam fósseis em rochas sedimentares, costumam ser comprimidos e apresentados apenas em duas dimensões.

"Já foram recuperadas penas em âmbar antes, esse aspecto não é novo. O que esse espécime mostra pela primeira vez é o arranjo 3D de penas de um dinossauro/pássaro mesozóico", explica Barrett à BBC.

"Quase todos os outros fósseis de dinossauro emplumados e esqueletos de pássaros mesozoicos que temos são achatados em 2D, o que esconde algumas características importantes de sua anatomia."

Âmbar quase virou joia

A principal autora do estudo, Lida Xing, da Universidade de Geociências da China, em Pequim, descobriu o âmbar em um mercado de Myitkina, em Myamar. A peça já tinha sido polida para ser vendida como joia - o vendedor acreditava que o material preservado era de origem vegetal.

Uma análise mais detalhada revelou, no entanto, que se tratava da cauda de um dinossauro emplumado do tamanho de um pardal. Seu rabo era marrom na parte exterior e mais claro na porção de dentro.

Descoberta dá pistas sobre a evolução das penas (Foto: Current Biology)Descoberta dá pistas sobre a evolução das penas (Foto: Current Biology)

Descoberta dá pistas sobre a evolução das penas (Foto: Current Biology)

De acordo com McKellar, a anatomia da cauda não deixa dúvidas de que pertencia a um dinossauro de penas, e não a um pássaro antigo.

"Podemos ter certeza porque as vértebras não são fundidas em uma haste, como nas aves modernas e em seus parentes mais próximos", explica.

"Em vez disso, a cauda é longa e flexível, com quilhas de penas correndo para baixo de cada lado."

Inicialmente, pensou-se que a cauda emplumada era um material de origem vegetal (Foto: Current Biology)Inicialmente, pensou-se que a cauda emplumada era um material de origem vegetal (Foto: Current Biology)

Inicialmente, pensou-se que a cauda emplumada era um material de origem vegetal (Foto: Current Biology)

A análise do material mostra que o dinossauro ainda tinha fluidos quando foi incorporado à resina de árvore que acabou formando o âmbar - o que indica que ele poderia estar vivo quando isso aconteceu.

"É incrível ver todos os detalhes de uma cauda de dinossauro - os ossos, a carne, a pele, as penas - e imaginar como este pequeno ser prendeu o rabo na resina e provavelmente morreu porque não conseguiu se libertar", diz o coautor da pequisa Mike Benton, da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

O material estava tão bem preservado que a camada de tecido mole ao redor dos ossos reteve traços de ferro, deixado pela hemoglobina que também estava presa na amostra.

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O pequeno dinossauro poderia estar vivo quando ficou preso no âmbar (Foto: Current Biology)

Outras partes preservadas do dinossauro emplumado podem vir a revelar se tratava-se de um animal que voava ou planava.

"Houve relatos de espécimes similares provenientes da região. Mas, se as peças de âmbar desaparecem em coleções particulares, serão perdidas para a Ciência", alerta McKellar.

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