O Bonito Blues & Jazz Festival chega à oitava edição em novembro
De 12 a 14 de novembro, o festival transformará o balneário ecológico em capital nacional da música negra norte-americana
Em 2020, mesmo com toda a dificuldade dos tempos pandêmicos, o Bonito Blues & Jazz Festival não jogou a toalha e, como de costume, manteve acesa a chama da música negra no coração de quem ama o blues, o jazz e as suas vertentes. Foi o único festival do gênero realizado de modo presencial no País.
Na semana passada, ainda sob o impacto da morte do cantor e guitarrista Zé Pretim, ícone do blues eme-esse e atração prevista para a programação deste ano, a produção do evento anunciou os nove nomes que subirão ao palco do Espaço Cultural Sesc, localizado na entrada da cidade, transformando Bonito na capital nacional do blues durante três dias – 12, 13 e 14 de novembro.
Geleia geral
Muito blues e muito jazz, com certeza. Mas o BB&JF também abre espaço para outras expressões da música negra norte-americana – o rock ‘n’ roll, o soul, o funk, o country rock, o rhythm and blues – sem deixar de contemplar o pop rock e a música brasileira.
O violonista e cantor Alan Almeida, por exemplo, uma das atrações da noite de abertura, vai mostrar porque sua releitura da MPB tem chamado atenção de mestres como Roberto Menescal, um dos criadores da bossa nova.
Um quinteto de jazz conduzido pelo saxofonista Marcos Bezerra e a banda Tubarões do Rio Formoso completam o lineup da primeira noite. Na segunda noite, apresentam-se o Duo Rossroads, a banda Mr. Willye e o guitarrista Simão Gandhi, que vai comandar uma jam session aberta ao lado do gaitista e saxofonista Dominique Bernal.
Corvo e os Malditos do Cerrado, Sócios Band e o baterista Caio Ignácio são os nomes da noite de encerramento. De formação, repertório e estilos variados, as atrações prometem uma animada geleia geral sem perder de vista o jazz e o blues como denominador comum, especialmente, na feição que os gêneros ganharam a partir de 1939, com a introdução da guitarra elétrica.
“O festival está sedimentado como evento com qualidade musical, que oportuniza aos músicos de MS apresentarem seus trabalhos e interagirem com artistas de outras regiões do País e dos países próximos, como Paraguai e Argentina”, avalia o produtor cultural Afonso Rodrigues, criador e coordenador do BB&JF, que aposta no aumento do público para as três noites.
“A procura por informações está significativa e o pessoal retomou a ida para Bonito com bastante intensidade, como tem sido mostrado na imprensa”.
A força de um festival que aposta em gêneros musicais que não têm vez, ou quase, na grande mídia está também na dedicação e na cumplicidade do público, normalmente bem menor, mas muitas vezes bem mais fiel que os ouvintes de estilos mais populares. Não é diferente com o BB&JF.
“Nosso diferencial está nos estilos musicais e no público cativo que nos acompanha há anos e tem sede de novidades, o que sempre apresentamos”.
Casa nova
Esta será a primeira vez que o Sesc vai receber o festival. As quatro últimas edições foram realizadas no Centro de Múltiplo Uso de Bonito (CMU), que acabou não sendo liberado pela prefeitura local para o evento deste ano.
Rodrigues informa que, em 2020, apesar de o CMU abrigar até 2.000 pessoas, o festival operou com um público máximo de 210 pessoas por noite e extremo rigor na observação dos protocolos contra a Covid-19 – distanciamento, medição da temperatura corporal, álcool em gel e utilização de máscaras pelo estafe, pelos artistas e pelo público em geral.
“Foi bastante significativo o comportamento do público, deu tranquilidade a todos os presentes na edição”, comenta Rodrigues, que fala com empolgação sobre a nova casa do Bonito Blues e Jazz Festival.
“Vai ficar bem bacana a instalação”, garante o produtor. O Espaço Cultural Sesc tem capacidade para 500 pessoas em ambiente misto, com áreas coberta e aberta. Como nos tempos de CMU, o público poderá curtir o som em pé ou acomodado em pufes, cadeiras, poltronas e sofás, além de mesas e bistrôs.
“É um espaço bastante amplo e arborizado, o que veio de encontro às características do que pretendíamos oferecer aos participantes do festival, conforto e segurança sanitária junto à natureza exuberante de Bonito”, comemora Afonso.
Por último, a melhor parte. Apesar da inflação galopante dos últimos meses, o preço do ingresso permanece congelado: R$ 30 por noite, com vendas somente no Sesc Bonito, a partir das 18h, durante o período do evento.
Via Correio do Estado