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Lava Jato

João Santana recebeu no exterior porque não havia reais suficientes, diz delator

Redação

[Via G1]

ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas, que comandou o Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, afirmou em depoimento que parte do pagamento, via caixa 2, ao marqueteiro João Santana foi feito no exterior e em moeda estrangeira porque "era muito dinheiro e não tinha como gerar a quantidade de reais" suficiente.

Mascarenhas era o responsável pelo setor da Odebrecht que gerenciava o pagamento de propinas. A informação sobre João Santana foi dada em depoimento ao Ministério Público, no acordo de delação premiada fechado no âmbito da Operação Lava Jato.

"Parte do pagamento dele [João Santana] à campanha da presidente aí, já da Dilma e também a do Lula, a gente pagou fora porque era muito dinheiro e não tinha como gerar a quantidade de reais para dar para eles", relatou Mascarenhas aos investigadores.

O G1 não localizou as assessorias de João Santana, de Dilma e de Lula na noite deste sábado (15) para se pronunciar sobre o assunto.

Desde que as delações da Odebrecht se tornaram conhecidas, Dilma tem reiterado em nota esperar que as investigações "transcorram com imparcialidade e transparência, sem acobertamentos políticos ou direcionamentos para favorecer líderes políticos". "A verdade dos fatos será demonstrada", acrescenta a ex-presidente.

Além disso, o Instituto Lula também tem rebatido todas as acusações de delatores e nega que o ex-presidente teria se envolvido em atos ilícitos antes, durante e depois do mandato.

João Santana na Lava Jato

Marqueteiro das campanhas de Dilma Rousseff em 2014 e em 2010, e da de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, foram presos pela Polícia Federal na Lava Jato.

Os dois, já condenados na primeira instância por lavagem de dinheiro, fecharam acordo de delação premiada e os depoimentos foram homologados no último dia 4 pelo Supremo Tribunal Federal.

Santana e Moura, que deixaram a cadeia em agosto do ano passado, foram presos na 23ª fase da Lava Jato.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro é oriundo de propina de contratos na Petrobras.

O ex-marqueteiro do PT e a mulher confirmaram ao juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornick foi de caixa dois da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010.

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