Exportações de carne bovina crescem 10% e tendência é de alta
Com novas plantas frigoríficas habilitadas a vender para a China, Lula vem a Mato Grosso do Sul dar pontapé na ampliação do mercado exportador local
A todo vapor, o mercado externo de carne bovina em Mato Grosso do Sul registra aumento no primeiro trimestre do ano. Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abeic), o Estado apresentou movimentação financeira de US$ 263 milhões com a exportação da proteína no três primeiros meses do ano.
Ainda de acordo com a Abeic, o cenário é resultado de 58,564 mil toneladas de carnes e derivados bovinos com origem local enviados para fora do País. O que resultou em um aumento de 10,73%, uma vez que de janeiro a março do ano passado foram 52,890 mil toneladas exportadas, ou seja, 5,674 mil toneladas a mais.
Em termos financeiros, houve um aumento de 10,63% na comparação com 2023, quando foram negociados US$ 238 milhões, ou seja, incremento de US$ 25 milhões.
“Este movimento de aumento nas exportações de carne bovina vem na esteira de uma competitividade mais forte dos nossos produtos no mercado internacional”, analisa o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Barbosa Melo.
No País, o crescimento da exportação de carne bovina foi de 18,62%, quando comparado com os três primeiros meses do ano passado. Neste ano, o valor movimentado com a commodity foi de US$ 2,638 bilhões, enquanto em 2023 foi de US$ 2,224 bilhões, US$ 4,862 milhões a mais.
Melo , pontua que o Estado tem os preços fortemente competitivos, tanto em termos de proteína animal como de grãos, isto porque houve boas safras e um momento do ciclo pecuário que evidencia uma maior oferta de animais prontos para o abate.
“Com preços mais baixos e oferta excedente, há este incentivo maior para as exportações que estamos vendo, o que é uma notícia positiva para o setor como um todo, diante das dificuldades que o agronegócio enfrenta, pois exportações mais aceleradas contribuem para escoar parte da produção excedente e equilibrar os preços internos no médio e longo prazo”, explica.
Levando em conta a participação da China, o economista destaca que a principal parceira comercial, vê o momento como uma boa oportunidade de comprar carne de qualidade com preços baixos, buscando atender as necessidades alimentares de sua imensa população.
HABILITAÇÃO
No mês passado mais cinco frigoríficos de Mato Grosso do Sul foram habilitados para exportar carnes a China, o que totaliza 11 plantas aptas no Estado. Em Campo Grande a JBS S/A entrou para a lista; seguido pela Marfrig Global Foods S/A, de Bataguassu; Prima Foods S/A, de Cassilândia; Boibras Indústria de Carnes, em São Gabriel do Oeste e JBS S/A de Naviraí.
Complementando a lista de plantas exportadoras de carne para a China estão a Naturafrig Alimentos, de Rochedo; Frigorífico Sul Ltda, de Aparecida do Taboado; Agroindustrial Iguatemi Ltda, de Iguatemi e BRF S/A, localizada em Dourados. Em todo o Brasil, são 38 novas plantas frigoríficas habilitadas.
De olho neste potencial chinês como principal parceiro comercial, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está de viagem marcada para Campo Grande, onde na próxima sexta-feira (12) vai anunciar a ampliação das exportações de carne do Brasil para a China. No Estado foram cinco novos frigoríficos cadastrados.
O evento na capital sul-mato-grossense, será realizada em uma das novas unidades plantas habilitadas do frigorífico JBS, sendo este localizado na saída para Sidrolândia.
Para o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Semadesc), Jaime Verruck, as novas plantas habilitadas no Estado trazem uma série de aspectos positivo, uma vez que Mato Grosso Sul é uma referência na exportação de carne bovina.
“Impacta na formação de preço interno, a melhoria do preço interno, o chamado Boi China, que são os frigoríficos cadastrados para a China. Essa expansão vai permitir uma melhoria dos preços internos ao produtor sul-mato-grossense. Teremos um aumento da exportação, um aumento da balança comercial e, o mais importante disso, é uma melhoria da estrutura de preços internos em Mato Grosso do Sul”, comentou.
DESTINO
O aumento das vendas para a Ásia tem papel fundamental sobre o cenário de exportações de Mato Grosso do Sul. A China, que já era o maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, destino de 26% dos produtos no primeiro bimestre do ano passado, passou a ter uma fatia ainda maior, de 38,6% neste ano até fevereiro.
O gigante asiático comprou US$ 510,1 milhões em produtos de Mato Grosso do Sul, 79,3% a mais em relação ao ano anterior.
A China também é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, se destacando como maior parceiro comercial para proteína animal. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões.
Via Correio do Estado MS