Estação de monta na bovinocultura de corte pode aumentar em 31% margem bruta da atividade
De acordo com pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, introduzir a EM (Estação de Monta) na rotina de manejo da bovinocultura de corte pode proporcionar 31% de aumento na margem bruta da atividade. A tecnologia consiste em concentrar as atividades reprodutivas bovinas em um único período do ano.
Além de concentrar os partos, as operações de desmama, vacinações e vermifugações, a EM geralmente ocorre entre a primavera e o verão, entre os meses de outubro e março, quando se observa disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade.
O consultor técnico do Sistema Famasul, Gabriel Sales, detalha que, ao implementar a tecnologia, o produtor pode melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho e contribuir para ganhos de produtividade das matrizes. “Em Mato Grosso do Sul, monitoramos a eficiência de produção das matrizes pela relação bezerro por matriz, que em 2010 era 0,63 e no ano passado alcançou 0,81 bezerro por matriz, um aumento de 28,57%”.
As técnicas utilizadas neste período são a monta natural ou inseminação artificial, podendo ser em tempo fixo ou não. O método utilizado deve ser escolhido por meio de um bom planejamento reprodutivo, onde são estabelecidas estratégias de manejo para aumentar a eficiência, melhorando o controle e o gerenciamento do rebanho. “O produtor rural passa a conhecer melhor suas matrizes e reprodutores, possibilitando a identificação de fêmeas de melhor desempenho reprodutivo, a fertilidade de touros e sêmen”, explica Gabriel.
A duração da estação de monta é de aproximadamente três meses, que pode variar de acordo com as características ambientais, sistema de produção, quantidade de matrizes e tamanho da área de pastagem, que é fundamental para proporcionar às matrizes condições nutricionais adequadas.
“Implantar a EM é ótima ferramenta para melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho e, para se ter sucesso, sempre ficar atento ao manejo nutricional de todas as categorias animais, capacitação da equipe, avaliação ginecológica das fêmeas e da qualidade do sêmen dos reprodutores, para evitar o comprometimento nos índices reprodutivos na propriedade”, finaliza o consultor.
Mercado – O valor médio da arroba em 2022 registrou movimento de queda e está inferior ao valor registrado em 2021. Segunda a consultora de economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira, a principal explicação para esse comportamento é o aumento no número de animais abatidos. “Até setembro os abates cresceram 13,6% de um ano para o outro, impulsionados pelo abate de fêmeas, que foi 28,3% superior”, destaca.
O número de abates de janeiro e setembro cresceu 13,6% entre 2021 e 2022, de acordo com informações da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul), saindo de 2,4 milhões para 2,7 milhões.
Via Enfoque MS