Embargo japonês ao frango de MS deve durar apenas 28 dias
Previsão é de que abates sejam mantidos normalmente e de que as 2,5 mil toneldas sejam absorvidas por outros mercados
Assim como aconteceu com Santa Catarina e o Espírito Santo, o embargo japonês à carne de frango de Mato Grosso do Sul deve durar apenas 28 dias, no máximo, conforme previsão do secretário Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.
Em Santa Catarina, onde também foi detectado um foco de gripe aviária e aves domésticas, o embargo começou em 18 de julho e foi suspenso quatro semanas depois.
Em Mato Grosso do Sul, onde um foco foi confirmado na segunda-feira em uma propriedade rural em Bonito, o governo japonês comunicou na terça-feira (19) que suspendeu temporariamente as importações do Estado.
Conforme Verruck, o Governo estadual vai solicitar ao Ministério da Agricultura para que tente negociar o encurtamento desse prazo inicial do embargo, uma vez que já existem tratativas com autoridades sanitárias do país asiático para que a suspensão ocorra somente de municípios onde for registrado algum foco da doença.
O Japão só fica atrás da China no que se refere à importância da exportação de carne de aves de Mato Grosso do Sul. São cerca de 2,5 mil toneladas por mês, o que representa 18,4% das exportações estaduais do setor e um faturamento da ordem de US$ 5,5 milhões mensais.
O Brasil é líder mundial nas exportações de frango, respondendo por 35% do mercado global. Em Mato Grosso do Sul, n o ano passado, a avicultura foi responsável por movimentar mais de R$ 1,6 bilhão em exportações (US$ 339 milhões), conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
De janeiro a agosto deste ano, as indústrias do Estado faturaram US$ 236 milhões (R$ 1,14 bilhão) em produtos da avicultura negociados internacionalmente. O setor tem 550 produtores e emprega cerca de 50 mil trabalhadores.
Jaime Verruck afirma que o embargo japonês deve gerar impacto mínimo na economia local, pois as indústrias conseguirão dar nova destinação às 2,5 mil toneladas que deixarão de ser enviadas ao Japão nesse período em que deve durar o embargo. E, de acordo com ele, as indústrias nem mesmo vão alterar sua rotina de trabalho durante estas quatro semanas
Mas, apesar do “otimismo” do secretário, o setor de exportações está preocupado com o foco de Bonito porque é o primeiro no interior do País. Os outros dois em aves domésticas foram localizados próximo ao litoral, onde também foram encontrados os outros 103 focos em aves silvestres marinhas.
Até agora a Iagro não informou a possível origem do vírus, mas a suspeita é de que tenha chegado à propriedade rural de Bonito por meio de alguma ave migratória. E, se isto se confirmar, o temor é de que outras aves contaminadas possam levar o vírus a outras regiões do Estado ou às granjas de produção comercial.
Conforme o protocolo de biossegurança adotado pelo Japão, o Brasil deve enviar relatório sobre todas as medidas adotadas para controle epidemiológico 28 dias após a confirmação do foco, cabendo às autoridades japonesas a retomada ou não das importações.
Via Correio do Estado MS