Documentário Vivendo com o autismo tem destaque na TV Brasil
Emissora pública apresenta o documentário neste sábado, às 17h
Para promover a sensibilização e incentivar o debate sobre o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado anualmente em 2 de abril, a TV Brasil apresenta o documentário Vivendo com o autismo neste sábado (2), às 17h.
Ao levantar um tema relevante e que fomenta reflexões pertinentes à sociedade, o filme ganha espaço na programação da emissora pública. Com 50 minutos, o conteúdo original da BBC oferece uma nova perspectiva sobre a visão científica do transtorno a partir do olhar das próprias pessoas com autismo.
O diagnóstico e os mistérios relacionados a essa condição servem como pano de fundo para essa abordagem. A proposta é apresentar informações sobre o autismo, revelar desafios de interação social, compartilhar experiências de convívio e mostrar habilidades especiais.
A produção é conduzida pela psicóloga Uta Frith, profissional que dedicou cinco décadas de sua trajetória acadêmica à pesquisa sobre o autismo. Com emoção, o documento revela personagens notáveis e nuances que transformaram a compreensão científica do cérebro humano.
Revelações dos estudos
O especial Vivendo com o autismo destaca como as pesquisas influenciaram a visão da sociedade sobre o transtorno. A delicadeza é um dos aspectos da obra que acompanha a percepção de mundo das pessoas que têm autismo e mostrar a maneira como elas interagem com tudo que as cerca.
A professora alemã Uta Frith explica de que modo elas percebem a realidade. A estudiosa aponta talentos extraordinários dos autistas e esclarece a razão pela qual essas pessoas não conseguem compreender. A experiente profissional observa que qualquer um pode ter um pouco de autismo também.
Mais de meio milhão de pessoas na Grã-Bretanha são autistas. Durante o documentário, a especialista comenta o que descobriu sobre como as pessoas convivem com essa condição. A pesquisadora conta que começou a analisar o tema após interagir com crianças autistas em seus estudos de psicologia clínica.
Nos anos 1960, as crianças começaram a ser diagnosticadas com um transtorno identificado pela dificuldade de interação com outras pessoas. Agora, sabe-se que o autismo é uma anormalidade cerebral, condição que dura por toda a vida.
Voluntários com autismo
Imagine poder listar todos os países do mundo e suas capitais, lembrar-se do que jantou no dia 9 de março de 2002 e saber todos os números primos até 7.507. O documentário explica como cérebros que percebem o mundo de maneiras diferentes ajudam a desvendar os segredos da mente humana.
Muitos indivíduos autistas têm talentos aparentemente incompatíveis com sua condição segundo o filme Vivendo com o autismo. Kenny tem um dom para aritmética mental e cálculo de calendários, o que significa que ele pode prever o dia da semana em que uma data cai.
Kenny explica seu sistema de identificação de padrões de calendário. Ele conta que a sua forte memória e o desejo de praticar contribuem no desenvolvimento deste dom. A produção mostra que aproximadamente um terço das pessoas autistas têm habilidades incomuns, como ouvido absoluto.
O voluntário diz que vê as coisas de maneira diferente de seus colegas. A psicóloga Uta Frith faz com que pessoas autistas e não autistas procurem Wally em uma foto caótica. Pessoas com autismo o localizam imediatamente. O fato indica a atenção delas aos detalhes e a tendência a perder o panorama geral.
Jules Robinson tem síndrome de Asperger. Embora não apresente problemas de fala, ele tem dificuldade em conseguir envolver as pessoas num diálogo. O documentário destaca que as aulas de teatro o ajudam a melhorar a capacidade de comunicação.
Mesmo com as contribuições das técnicas teatrais que beneficiam Jules em situações de interações sociais, ele ainda se sente desconfortável em conversas no cotidiano. A falta de habilidade social e o impulso para dizer a verdade sem qualquer filtro o diferenciam das pessoas sem a Síndrome de Asperger.
A professora Uta Frith usa duas bonecas para contar uma história que ilustra as crenças, os desejos e as intenções individuais. A maioria das pessoas entende que os outros têm vontade própria – uma capacidade que ela chama de “mentalização”.
Na década de 1980, a pesquisadora mostrou que crianças autistas são incapazes de entender que outras pessoas têm crenças e perspectivas diferentes. Isso explica por que muitas vezes elas ficam frustradas quando seus interlocutores não sabem o que está em sua mente.
Sarah, autista, explica por que falar em público é mais fácil do que ter conversas individuais. Ela considera os encontros com estranhos assustadores uma vez que não consegue prever o comportamento deles ou o resultado de sua interação.
Sarah aprendeu a imitar o comportamento social para mascarar seu autismo. Crianças não autistas copiam as ações dos adultos quando recebem uma tarefa, mas as crianças autistas têm uma abordagem mais direta e lógica.
O documentário ressalta que autistas podem se relacionar com outras pessoas. Sarah e seu parceiro Keith, que também é autista, contam por que estão juntos. Eles não percebem a necessidade de se socializar e não têm a emoção de sentir falta de outras pessoas porque isso requer imaginação abstrata.
Características autistas estão presentes em muitos indivíduos, incluindo gênios como Isaac Newton. O filme elucida como os traços autistas são medidos na população em geral. Os diagnósticos clínicos são baseados no grau em que os traços autistas interferem na vida diária.
A psicóloga Uta Frith identifica características autistas em si mesma. Ela afirma que se há um ponto no espectro autista em que o autismo começa é um mistério. Apesar dos conhecimentos adquiridos sobre como as pessoas autistas enxergam o mundo, as origens do autismo permanecem desconhecidas.
Sobre a pesquisa de Uta Frith
Estudiosa alemã pioneira dos estudos sobre desenvolvimento, a professora Uta Frith começou seu treinamento na década de 1960. Nessa época, a psicóloga conheceu um grupo de crianças lindas e de olhos brilhantes que pareciam completamente distantes do resto do mundo.
Esses jovens tinham acabado de receber o então novo diagnóstico de autismo. A especialista queria saber mais sobre essas crianças. Elas a inspiraram a dedicar sua carreira acadêmica ao estudo da mente de pessoas autistas.
Considerada uma das especialistas mais importantes na popularização do diagnóstico de Síndrome de Asperger, Uta Frith fez história com as pesquisas sobre o autismo. A estudiosa também é reconhecida como uma das mais importantes mulheres do Reino Unido.
Ficha técnica
Título original: Horizon – Living with Autism. País: Inglaterra. Ano de estreia: 2014. Gênero: documentário. Direção: Helen Sage. Produção: BBC. Classificação indicativa: Livre. Duração: 50 min. Reprise.
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Serviço
DOC Especial – Vivendo com o autismo – sábado, dia 2/4, às 17h, na TV Brasil
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Via Agência Brasil