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Cientistas descobrem células que nos fazem comer gordura e açúcar

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Considerada uma pandemia global que vem dando origem a uma série de doenças potencialmente fatais, a obesidade foi alvo de um estudo científico realizado por pesquisadores do Laboratório Cold Spring Harbor, nos Estados Unidos

Buscando uma causa biológica para excessos alimentares e atividade física reduzida, os cientistas descobriram a localização dos neurônios que expressam neurotensina – o “neurônio da gordura” – no cérebro de um rato.

Esse aglomerado de neurônios se localiza no núcleo da amídala, uma estrutura cerebral em forma de amêndoa envolvida no mecanismo de sentir emoções e tomar decisões. Ou seja, a atividade de uma única população neuronal regula “a preferência alimentar por alimentos ricos em energia não saudáveis”, diz o estudo.

Em uma entrevista ao site Medical News Today, Alessandro Furlan, um dos autores do estudo e atualmente professor assistente Instituto Karolinska, na Suécia, explicou que “A identificação dos substratos neuronais mediando o excesso de comida pode fornecer novos alvos moleculares para a elaboração de novos tratamentos antiobesidade”.

Alimentos gordurosos e açucarados afetam o cérebro

Para analisar o comportamento neuronal, os pesquisadores conduziram diversos experimentos com camundongos. Na primeira parte, eles perceberam a atividade neural dos roedores em resposta à ingestão de ração regular ou uma dieta rica em gordura (HFD na sigla em inglês), após restrição alimentar.

Após uma HFD, mas não de ração, os pesquisadores notaram níveis mais altos de atividade em um local da amígdala chamado núcleo intersticial do membro posterior da comissura anterior (IPAC). Os testes mostraram que determinados neurônios do IPAC podem ser estimulados após o consumo de alimentos mais gostosos, mas não de um déficit energético.

Finalmente, os cientistas ativaram optogeneticamente os neurônios IPAC, o que deflagrou comportamentos obesogênicos nos ratos geneticamente modificados, como a chamada alimentação hedônica (compulsão alimentar). Por outro lado, ao inibir a atividade dos IPACs, os pesquisadores reduziram a quantidade de alimentação e a “fome emocional”.

ARTIGO – Nature Neuroscience – DOI: 10.1038/s41593-022-01178-3.

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