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Campo Grande pode ter novo período de estiagem em março, diz meteorologia

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Em Campo Grande, a precipitação acumulada na primeira semana do mês foi de apenas 6,8 mm, ficando 87% abaixo da média esperada de 149 mm

Após um início de ano marcado por chuvas intensas, o mês de março deve registrar tempo quente e seco em Mato Grosso do Sul, com precipitação abaixo da média histórica. De acordo com previsões climáticas do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), o padrão de chuvas irregulares e temperaturas elevadas, observado em março de 2024, deve se repetir neste ano.

Em Campo Grande, a precipitação acumulada na primeira semana do mês foi de apenas 6,8 mm, ficando 87% abaixo da média esperada de 149 mm. No ano passado, a capital sul-mato-grossense enfrentou um déficit hídrico de -600 mm, com umidade do solo muito abaixo do esperado. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), fevereiro registrou 116 mm de chuva, enquanto janeiro teve apenas 50,8 mm.

Seca histórica em 2024

O ano de 2024 foi marcado pela menor quantidade de chuvas da história de Campo Grande, conforme dados do Inmet. O volume anual foi de apenas 780 mm, representando um déficit de 45% em relação à média histórica de 1.455 mm (período de referência de 1981 a 2010). Até então, o menor registro havia sido de 1.003 mm em 2019.

Meteorologistas atribuem essa situação a fenômenos climáticos como o El Niño, que em 2023 e 2024 alcançou grande intensidade globalmente, alterando o regime de chuvas na região Centro-Oeste. Outro fator apontado é o bloqueio atmosférico causado por massas de ar quente, que impedem a chegada de frentes frias, fundamentais para a formação de chuvas.

Além da escassez de chuvas, o aumento das temperaturas tem acelerado a evapotranspiração das plantas, reduzindo ainda mais a umidade do solo. Incêndios frequentes em terrenos urbanos e no Pantanal também contribuíram para a intensificação da seca prolongada.

Em meio a esse cenário preocupante, os próximos meses devem manter a tendência de estiagem, reforçando a necessidade de planejamento para minimizar os impactos ambientais e econômicos causados pela falta de chuvas em Mato Grosso do Sul.

Prevenção

Diante desse cenário, o Governo de Mato Grosso do Sul antecipou medidas preventivas para o Pantanal, visando conter possíveis incêndios florestais. O plano inclui a reedição da operação realizada em 2024, que evitou uma tragédia ambiental semelhante à de 2020, quando 4 milhões de hectares foram devastados pelo fogo. No ano passado, cerca de 17% do bioma foi atingido.

Via Enfoque MS

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