Bolsa e dólar recuam com mercado à espera de novos dados de inflação
O dólar recuou 0,30% e terminou a sessão cotado a R$ 4,891, enquanto o mercado segue em compasso de espera para alinhar apostas
Em mais um dia de agenda esvaziada, a Bolsa brasileira registrou mais um dia de queda nesta quarta-feira (10), puxada pelas empresas ligadas a commodities. Já o dólar recuou 0,30% e terminou a sessão cotado a R$ 4,891, enquanto o mercado segue em compasso de espera para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros americana.
No exterior, o petróleo e o minério de ferro cederam, arrastando ações da Vale e da Petrobras, as duas de maior peso do Ibovespa. No fim desta tarde, a mineradora recuava 1,41% e era o papel mais negociado da sessão, enquanto a petroleira caía 1,31%.
Outras empresas dos setores também impactavam o desempenho da Bolsa. A PetroRio e a Gerdau, por exemplo, registravam quedas de 4,65% e 2,57%, respectivamente, e também figuravam entre as ações mais negociadas do dia.
O foco dos investidores nesta semana, no entanto, são os novos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na quinta-feira (11). Os números são vistos como cruciais para as previsões sobre quando o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve começar a aliviar os juros americanos
A atual projeção do mercado é que cortes nas taxas devem começar a ocorrer em março, mas dados recentes de emprego e sinalizações mais conservadoras de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) trouxeram dúvidas.
“Os novos dados vão nivelar as posições dos investidores sobre o ciclo de flexibilização do Fed. A gente sabe que o Fed não vai mais subir os juros, mas a grande dúvida é sobre quando ele vai começar a cortar. Vai ser em março? Em junho? Isso é muito importante, porque a queda de juros vai favorecer ativos de risco”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus.
Também para quinta (11), está prevista a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o principal índice de inflação do Brasil.
Economistas consultados pela Reuters previram que a inflação mensal brasileira provavelmente acelerou em dezembro devido ao aumento dos custos dos produtos agrícolas e das passagens aéreas, mas a taxa anual deve ter permanecido próxima da limite superior da meta.
O IPCA deve ter subido 0,48% em dezembro, em comparação com aumento de 0,28% em novembro, de acordo com a mediana das estimativas de 23 economistas entrevistados de 3 a 9 de janeiro.
No entanto, a inflação em 12 meses é estimada em 4,54%, abaixo dos 4,68% de novembro e dentro do limite superior da meta, cujo centro é de 3,25% para 2023, com margem de tolerância de 1,50 ponto percentual para mais ou para menos. Os dados serão publicados na quinta-feira.
“A gente está discutindo uma inflação que será um pouco mais alta, mas é muito mais por conta do preço de alimentos, e não por algum desenvolvimento negativo nos componentes do núcleo da inflação”, disse Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
“Então isso traz uma perspectiva mais positiva para a condução da política monetária aqui dentro, e traz mais estabilidade macroeconômica também, então isso gera esse movimento mais otimista com relação ao nosso câmbio também”, acrescentou ele.
Via Correio do Estado MS