Banco Central indica queda no uso de dinheiro em espécie nos próximos cinco anos
53,4% dos brasileiros não se imaginam utilizando cédulas e moedas nos próximos cinco anos
A utilização de dinheiro em espécie está em declínio no Brasil, segundo a pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, divulgada pelo Banco Central (BC). O levantamento revela que 53,4% dos brasileiros não se imaginam utilizando cédulas e moedas nos próximos cinco anos, um crescimento significativo em relação a 2021, quando 39,6% dos entrevistados compartilhavam dessa visão.
A pesquisa ouviu 1.000 pessoas e 1.000 estabelecimentos comerciais entre 28 de maio e 1º de julho de 2024. Com nível de confiança de 95% e margem de erro de 3,1%, o estudo reflete uma mudança clara nos hábitos de pagamento no país.
Dinheiro ainda prevalece entre população de baixa renda e idosos
Apesar da tendência de queda, o dinheiro em espécie ainda é amplamente utilizado por pessoas de baixa renda. Entre os que recebem até dois salários mínimos, 75% preferem cédulas e moedas. Esse número diminui ligeiramente para 69% entre quem ganha entre dois e cinco salários mínimos.
À medida que a renda aumenta, o uso do dinheiro cai:
- 59,4% dos que recebem entre cinco e dez salários mínimos usam dinheiro em espécie.
- 58,3% entre aqueles que ganham mais de dez salários mínimos.
A pesquisa também mostrou que o dinheiro físico é mais comum entre idosos. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, 72,7% utilizam dinheiro regularmente. Já entre os jovens de 16 a 24 anos, o índice é de 68,6%.
Pix lidera e se consolida como principal meio de pagamento
O Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado em 2020, se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Atualmente, 76,4% dos brasileiros usam o Pix, e 46% dos entrevistados afirmam utilizá-lo com maior frequência.
O dinheiro em espécie aparece em segundo lugar, utilizado por 68,9% da população, mas com uma frequência menor: apenas 22% o consideram o principal meio de pagamento.
Nos estabelecimentos comerciais, o cartão de crédito é a forma de pagamento mais frequente, segundo 42% dos caixas entrevistados.
Transformação acelerada desde 2021
O cenário mudou rapidamente nos últimos anos. Em 2021, poucos meses após o lançamento do Pix, 46% da população usava o serviço, e apenas 17% o consideravam sua principal forma de pagamento. Naquela época, o dinheiro físico era o meio mais utilizado: 83,6% dos brasileiros usavam cédulas e moedas, sendo a opção preferida por 42% dos entrevistados.
De acordo com o Banco Central, a pesquisa busca aprimorar a gestão do meio circulante e fornecer informações sobre os hábitos de pagamento dos brasileiros. O crescimento do Pix e a queda no uso do dinheiro em espécie refletem uma mudança contínua em direção à digitalização financeira no país.
Via Enfoque MS