Alunos criam aplicativo para melhorar experiência sensorial de surdos
A ideia nasceu em um hackathon que tinha a proposta de encontrar ideias inovadoras para o mercado da música
Um grupo de alunos da Escola de Inovadores desenvolveu um aplicativo para proporcionar uma experiência sensorial aos portadores de deficiência auditiva.
Utilizando uma programação de inteligência artificial o aplicativo Feel the Music (FTN, sinta a música, em tradução livre), capta os sons que estão sendo emitidos e faz o aparelho de telefone celular vibrar no ritmo desses sons, em tempo real.
Segundo os idealizadores do projeto, a ideia nasceu em um hackathon que tinha a proposta de encontrar ideias inovadoras para o mercado da música.
O FTM ficou em terceiro lugar na competição que aconteceu em 2020. Em seguida o projeto foi inscrito na edição do primeiro semestre de 2021 da Escola de Inovadores da agência Inova CPS, quando se transformou em startup e foi selecionado para a Vitrine Inova CPS.
O Inova CPS é um curso de extensão online e gratuito do Centro Paula Souza (CPS), que ensina os participantes a transformarem ideias inovadoras em startups.
Os idealizadores do FTM, Rafael Zinni Lopes, Ricardo Teruaki Fujikawa e Victor Dias de Oliveira contam que durante o curso entenderam qual seria a capacidade de abrangência da ideia.
“Percebemos que o aplicativo poderia ser usado para levar acessibilidade não só para os aplicativos de música, mas também para transmissões de streaming e canais de vídeos, como Netflix e YouTube. Muitos desses canais mantêm apenas legendas como forma de acessibilidade e temos conhecimento de que muitas pessoas com deficiência auditiva não sabem ler, então, não são devidamente incluídas nesse mercado”, explicou Zinni.
Segundo Zinni, o aplicativo é destinado tanto para pessoas que não sabem libras nem escrita, sabem libras mas não escrevem, sabem libras e sabem escrever.
Com o FTM é possível criar um estímulo a mais para que a pessoa com deficiência auditiva sinta a vibração das letras para aprender a escrever.
“O app é importante para pessoas que lutam por acessibilidade no Brasil e nós estamos aqui como um auxílio para eles. Podemos pegar qualquer aplicativo que tenha como base e fazer a tradução para a vibração e assim a pessoa sentir a emoção da música vibrando. Os resultados têm sido positivos entre aqueles que testaram”.
Zinni explicou que a solução está sendo desenvolvida com Interface de Programação de Aplicativos (APIs) em Python, voltado para banco de dados e uma API que traduz o som de maneira diferente do React.JS, também usado para o desenvolvimento do aplicativo.
“O React é usado para trabalhar a interface que hoje se assemelha a um Ipod”, disse.
A solução será liberada inicialmente para dispositivos com sistema Android, para que tenha maior abrangência e atinja pessoas que não têm poder aquisitivo alto.
O professor da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Ribeirão Preto, Adriano Buzoli, um dos orientadores do time, explicou que, além das mentorias e dos conteúdos estudados, o curso ofereceu aos alunos a oportunidade de contato com profissionais especialistas no mercado.
“Criamos um elo com mentores voluntários focados em trabalhos com linguagem de programação, marketing e branding. Assim, os estudantes conseguiram tirar dúvidas, foram aprimorando novas versões do produto e puderam chegar ao modelo atual, que está muito próximo do que será lançado ao mercado. Trabalhamos muito também sobre a viabilidade economia, o posicionamento de marca do FTM e tivemos consultoria para a identidade visual. Esse estágio do projeto é crucial para as próximas etapas, como a Vitrine CPS”.
O projeto foi selecionado pela Vitrine Inova SP, que reúne os 50 melhores projetos da Edição da Escola de Inovadores.
Os selecionados são conhecidos e avaliados por mentores, investidores e possíveis parceiros. Os dez mais avaliados da etapa participam do Acelera Inova CPS.
Via Correio do Estado