Confira cuidados com crianças para evitar acidentes com escorpiões em Mato Grosso do Sul
Altas temperaturas aliadas a chuvas aumenta incidência de picadas do animal peçonhento
A nota orientativa do Ministério da Saúde indica que o escorpião tende a migrar para residências quando sobe a temperatura. A saída de esgotos, ralos e pias são os ambientes de entrada do bicho. A recomendação é vedar esses espaços, com telas ou tampas.
- Tampar festas de portas com panos ou soleiras;
- Afastar camas e berços das paredes;
- Vistoriar sapatos e roupas antes da criança vestir;
- sacudir cobertores;
- Isolar o ralo de tanques, pias e banheiro.
Cuidado da área externa
Como dito, o ambiente sujo favorece o surgimento do bicho. Manter a área externa sempre limpa inibe a infestação de insetos. Para evitar o aparecimento, o Ministério da Saúde sugere a importância da vizinhança em prol da limpeza.
- Mantenha jardins e quintais livres de entulho;
- Evite acúmulo de folhas secas;
- Evite lixo doméstico por dias no quintal;
- Mantenha o lixo fechado para evitar baratas;
- Denuncie matagal em terreno baldio;
- Espaços com materiais de construção devem ser monitorados.
Cuidados ao manusear objetos
A maioria dos acidentes com escorpião acontecem por atividades diárias, por exemplo, vestir uma roupa ou utilizando o tanque, pois o bicho é sensível ao menor toque. Portanto, a recomendação é redobrar o cuidado ao manusear qualquer item, por exemplo, utilizar luvas ao pegar materiais de construção ou atividades de jardinagem.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os inimigos naturais dos escorpiões, como lagartos, sapos e as aves de hábitos noturnos, como a coruja. Estes são os principais predadores dos escorpiões.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos, como o pesticida, para o controle de escorpiões. Estes produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes.
As crianças abaixo de sete anos apresentam maior risco de apresentar sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.
O que fazer em caso de acidente?
A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
Em Mato Grosso do Sul, os acidentes mais comuns acontecem a espécie Tityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo. Só neste ano, cerca de três mil acidentes foram registrados. Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, outros municípios ultrapassam os 100 casos: Três Lagoas (431), Paranaíba (189), Corumbá (133), Dourados (110), Brasilândia (106) e Cassilândia (104).
Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), reforça que crianças e idosos são vítimas mais vulneráveis em risco de evolução dos casos, que pode levar ao óbito.
“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico”.
Via Midiamax