Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de câncer de colo do útero do Centro-Oeste
Com a maior taxa de câncer de colo do útero da região centro-oeste, o estado registra 17 casos para cada 100 mil mulheres
Mato Grosso do Sul lidera as estimativas de câncer de colo do útero na região centro-oeste com uma taxa de incidência de 17,73 casos para cada 100 mil mulheres. O Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológico (EVA) alerta que a doença pode ser prevenida com acesso à vacina contra HPV e exame Papanicolau, disponíveis gratuitamente pelo SUS.
A nível nacional, o centro-oeste ocupa o terceiro lugar de maior incidência da doença, ficando atrás somente da região Norte e Nordeste. Em Mato Grosso do Sul, o número é duas vezes maior que no Rio Grande do Sul, que tem a menor estimativa do país com sete casos para cada 100 mil mulheres.
As estimativas são de 32 mil novos casos de câncer ginecológico para cada ano do próximo triênio (2023-2025), conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são: o colo do útero, ovário e corpo do útero (endométrio).
Prevenção
O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais. Geram lesões benignas, pré-invasivas ou invasivas, como o câncer de colo do útero (responsável por 99,7% dos casos) e outros tipos de câncer de órgãos genitais.
Além disso, 80% da população sexualmente ativa contrai a infecção pelo HPV pelo menos uma vez na vida, segundo o Grupo Eva.
A vacinação contra o HPV é um dos grandes aliados para o controle dessa doença. No Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação desde 2014, sendo indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
Homens e mulheres até os 45 anos que vivem com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e vítimas de violência sexual também podem se vacinar.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam a vacinação de mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, o mais precoce possível.
Sintomas da doença
De acordo com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológico, embora muitos tumores se apresentem de forma assintomática, principalmente nos estágios iniciais, a maioria se desenvolve com os seguintes sintomas:
- Sangramento vaginal fora do ciclo menstrual;
- Sangramento vaginal na menopausa;
- Sangramento vaginal após a relação sexual;
- Corrimento vaginal incomum;
- Dor pélvica;
- Dor abdominal;
- Dor nas costas;
- Dor durante a relação sexual;
- Abdômen inchado;
- Necessidade frequente de urinar.
Diagnóstico de câncer
Em caso de suspeita de câncer ginecológico, é necessário realizar uma série de exames minuciosos para definir o histórico correto da paciente e chegar ao diagnóstico preciso, tais como:
- Ultrassom;
- Radiografia;
- Tomografia computadorizada;
- Ressonância magnética;
- Tomografia por emissão de pósitrons;
- Após esses exames é fundamental que seja feita uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
Além disso, é essencial avaliar a natureza do tumor. O sistema de estadiamento varia, mas geralmente essas neoplasias são classificadas em quatro níveis diferentes, desde o inicial (Estágio I) até o mais avançado (Estágio IV).
Campanha Setembro em Flor
A campanha que marca o mês de conscientização do câncer ginecológico foi criada em 2021 pela oncologista clínica Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, diretora do EVA e coordenadora de Advocacy.
A ação surgiu de uma carência de conhecimento da população brasileira sobre os tipos de cânceres que acometem o aparelho reprodutor feminino: câncer de colo de útero, ovário, endométrio, vagina e vulva.
Durante as atividades, que ocorrem anualmente em setembro, o foco é conscientizar a população feminina sobre os sintomas e formas de prevenção.
Via Correio do Estado MS