Projeto é consolidar Campo Grande como a capital do agro
Para tanto, gestão municipal pretende atuar em três frentes: tecnologia, logística e favorecimento a negócios
Se Campo Grande é a capital campeã do Brasil em produção agrícola e uma das primeiras no segmento agropecuário, como o leitor pode conferir com mais detalhes nas reportagens publicadas neste especial, quais seriam os desafios para consolidar a Cidade Morena como a capital do agro do País?
A prefeita do município, Adriane Lopes (PP), já tem planos para que isso aconteça, o qual foi traçado por meio de três eixos: tecnologia, logística e melhoria do ambiente de negócios.
Primeiramente, uma das ferramentas para estimular a produção de tecnologia para o setor do agronegócio será o Parque Tecnológico. “Já visitamos outros parques tecnológicos no Brasil, para entender como o modelo funciona.
Em Campo Grande, há muito espaço para fomentar o desenvolvimento de empresas de tecnologia da área do agronegócio e de logística, em razão da vocação da cidade, que é uma capital de um estado com grande produção no setor do agro, além de termos projetos como o da Rota Bioceânica em andamento”, explicou
a prefeita.
O Parque Tecnológico é uma das iniciativas que será lançada como parte das comemorações aos 124 anos de Campo Grande e funcionará na Avenida Rachid Neder. “Ele vem para mudar a economia local”,
assegurou Adriane Lopes.
Nesse empreendimento, serão feitas discussões para se buscar soluções para vários desafios, por meio de fomento a empresas de tecnologia como as startaps. O parque prevê a convivência de pequenas, médias e grandes empresas, oferecendo espaço para que as menores cresçam, conforme esclareceu a prefeita da Capital.
Logística
A segunda linha de trabalho da gestão municipal para fomentar a tecnologia em Campo Grande será por meio da logística. Além de ser uma grande produtora de alimentos, Campo Grande também é um hub, ou seja, um ponto de conexão, para o transporte deles. Esse conceito ficará ainda mais claro quando a Rota Bioceânica estiver em pleno funcionamento.
Como uma das maiores cidades brasileiras de referência no projeto da rota, Campo Grande também aguarda
a retomada de um outro projeto: a revitalização da ferrovia Malha Oeste, a fim de se consolidar como uma capital que tem tudo para ser um grande ponto de transbordo de cargas por meio dos modais rodoviário, ferroviário e aéreo. Ainda, no município de Porto Murtinho, a Rota Biocenânica também se conectará com o modal hidroviário.
A oportunidade logística para a Capital, porém, está basicamente dormente: a cidade conta com um terminal intermodal, inaugurado na década passada, que não é utilizado, pois a Malha Oeste deixou de ser utilizada pela concessionária Rumo.
A prefeita Adriane Lopes trouxe um exemplo de como a Rota Bioceânica pode ser importante. “Neste ano, depois de cinco anos de feiras prejudicadas pela pandemia ou por outros cenários, conseguimos retomar a importância da Expogrande, juntamente à Acrissul [Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul]”, contou a chefe do Executivo municipal.
“Demos todo o apoio a Guilherme Bumlai [presidente da Acrissul] e nos surpreendemos com o resultado, ao convidarmos vários países para participar da feira. Acreditávamos que viriam apenas nossos vizinhos, mas vieram oito países.
E melhor, o Chile, que é um dos países que integra a Rota Bioceânica, depois disso, abriu um escritório na Capital”, relatou Adriane Lopes.
Ambiente de negócio
Sobre preparar o ambiente de negócios para o município, a prefeita voltou a ressaltar a Rota Bioceânica. “Ela não é só um corredor de 20 milhões de pessoas, é uma grande oportunidade de explorarmos isso na indústria e no comércio”, disse.
Adriane Lopes argumentou que Campo Grande já deu início a um estudo para entender os polos empresariais da cidade e como eles estão funcionando. “Estamos verificando a possibilidade de ampliá-los.
A ideia é fortalecer os empresários que já estão na cidade e também trazer novos interessados em investir por aqui”, acrescentou.
Agroindústrias
Campo Grande já é sede de grandes agroindústrias. A cidade conta com dois grandes frigoríficos da JBS para o abate de bovinos, sendo um deles, o localizado na saída para Sidrolândia, na BR-060, considerado uma das maiores unidades do grupo no País.
A cidade também conta com uma das maiores esmagadoras de soja do Estado. Uma unidade da ADM do Brasil produz óleo de soja em larga escala e também proteínas complexas extraídas da oleaginosa, as quais são utilizadas em itens para panificadoras, hambúrgueres, biscoitos, barras nutricionais, pratos prontos, comidas para animais domésticos, antibióticos fermentados, salsichas, embutidos, nuggets, alimentos vegetarianos, cereais, salgadinhos industrializados, bebidas nutricionais e molhos e sopas, por exemplo, produtos-chave das indústrias alimentícia e de bebidas. Juntas, essas duas agroindústrias geram mais de 4 mil empregos diretos no Estado.
Via Correio do Estado MS