Desempenho do setor de serviços consolida crescimento do Estado
Apesar da estabilidade nos últimos meses, setor foi o que mais contratou e abriu empresas em 2022
“Ele teve uma queda significativa. Ainda estamos observando uma melhora, por conta da retomada do turismo, bares e restaurantes, show e atividades culturais”.
Apesar de apresentar queda nos meses de julho e agosto, no acumulado de 12 meses o índice de receita nominal apresenta alta de 13,8% e o índice de volume sobe 6,1% em MS.
Segundo o doutor em Economia Michel Constantino, o setor de serviços foi o mais afetado na pandemia, mas retornou com muita força e agora está se acomodando.
Constantino aponta que o agregado mostra alto crescimento, e agora as reduções são resultado de acomodação em meses específicos.
“Ou seja, está voltando a se comportar conforme o mercado, subindo em alguns meses com mais força e reduzindo em outros meses de forma natural. É assim que as variáveis econômicas se comportam. A previsão é de que feche o ano de 2022 com um ótimo resultado agregado”.
EMPREGOS
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, de janeiro a setembro, o Estado gerou 43.222 empregos formais. Apenas o setor de serviços foi responsável por 40,71% das vagas abertas, ou seja, 17.596 postos de trabalho. Somente no mês de setembro, foram geradas 1.161 novas vagas no segmento.
O economista Márcio Coutinho comenta que, como o setor tem hotelaria, restaurantes, telecomunicações, armazenagem, transportes, etc., acaba respondendo mais rápido pós-crise. “Se o País está em crescimento, esse setor contrata mais, e o inverso também é verdadeiro. Então, se tem retração econômica, diminuição do poder aquisitivo das pessoas, renda menor, o que vai acontecer? Um consumo menor, e consequentemente esse setor é o que mais é afetado”, explica.
Conforme o economista Fábio Nogueira, a alta da empregabilidade é um sinal de que a economia voltou a girar sem tantas amarras, como era visto durante a pandemia. “O crescimento do emprego tem relação com a alta do desemprego nos períodos anteriores, uma adequação do mercado”, declara.
O mestre em Economia Eugênio Pavão concorda e diz que a economia cresceu à medida que a sociedade voltou ao trabalho e a demanda aumentou. “Como a consequência principalmente do retorno da população às atividades do dia a dia. Ou seja, o crescimento baseado em serviços e também no retorno da indústria”, analisa.
EMPRESAS
Conforme noticiado pelo Correio do Estado na edição do dia 8 deste mês, de janeiro a outubro deste ano, foram abertos 8.265 CNPJs, o melhor resultado para o período desde o início da série histórica, em 2000. Os dados são da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems).
A previsão é de que 2022 se encerre com um ótimo resultado agregado. No período de janeiro a outubro, o setor de serviços foi responsável por 68% dos empreendimentos abertos no Estado, ou 5.627 dos 8.265.
Segundo o diretor-presidente da Jucems, Augusto César Ferreira de Castro, a característica de MS sempre foi ter um número maior de empresas de serviços.
“São 68% das empresas abertas neste período, o que está um pouco acima da média este ano, que fica entre 63%,no máximo 65%. Então, a gente vê que até este mês o setor de serviços sobrepujou os demais setores”, explica.
Conforme o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), Adelaido Vila, o varejo foi muito fortalecido em 2022. “Nacionalmente, superamos as médias. Ainda estamos no início de novembro e temos três datas importantes para o restante do ano. Black Friday no dia 25 de novembro, a Copa do Mundo e o Natal”, frisa.
Ele acredita que isso deve desencadear aspectos positivos para a economia no curto prazo. “Um [maior] volume de negócios, uma geração de empregos temporários e a retomada de empregos fixos. Apesar de termos visto alguns números negativos no cenário nacional, Campo Grande apresenta uma retomada interessante”, avalia.
NACIONAL
O volume de serviços cresceu 0,9% na passagem de agosto para setembro, quinto resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 4,9%. Com isso, o setor se encontra 11,8% acima de fevereiro de 2020 e alcançou o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2011, superando novembro de 2014.
Em relação a setembro de 2021, o volume de serviços avançou 9,7%, décima nona taxa positiva consecutiva.
No acumulado do ano, o volume de serviços subiu 8,6% ante igual período de 2021. O acumulado nos últimos 12 meses passou de 9% em agosto para 8,9% em setembro, mantendo a trajetória descendente iniciada em abril de 2022 (12,8%).
O volume de transporte de passageiros no Brasil foi um dos segmentos que mais apresentou expansão, de1,6%, ante o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após ter recuado 0,5% em agosto. O segmento encontra-se 1,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia).
Mato Grosso do Sul
Geração de empregos e desempenho dos serviços em 2022
Via Correio do Estado MS