St. Patrick’s Day chega com roteiro em bares da Capital que vai de shows até café verde
O St. Patrick’s Day, data em que a Irlanda festeja o seu padroeiro, já virou tradição em várias cidades do mundo, inclusive em Campo Grande
Na literatura, James Joyce (1882-1941), Samuel Beckett (1906-1989), Bernard Shaw (1856-1950), Oscar Wilde (1854-1900) ou W.B. Yeats (1865-1939). Na música pop, bandas como U2, Cranberries, Kodaline ou cantores como Hozier ou Enya.
No cinema, astros como Liam Neeson e por aí vai. São Patrício é o padroeiro da Irlanda, e talvez nenhum outro ícone que o país projetou para fora do seu território tenha crescido tanto em popularidade ao redor do mundo desde os anos 1990.
Os irlandeses passaram a comemorar o Saint Patrick’s Day como uma data nacional oficial em 1995 e, a partir de então, a memória do santo que faz seus adeptos usarem a cor verde no dia 17 de março foi entrando para a agenda de várias cidades em todos os continentes.
Em Campo Grande, pode-se dizer que a data já se tornou, digamos, religiosa. Não no sentido de uma devoção propriamente dita às ideias e aos feitos de São Patrício.
O que a galera curte mesmo são as baladas e os outros programas que derivam da narrativa matriz envolvendo o santo, sobre quem as informações, muitas vezes, são imprecisas ou contraditórias. Mas, para quem deseja apenas curtir por aqui, não tem erro.
Pelo menos três casas da cidade oferecem, ao seu modo, a chance dos campo-grandenses ficarem irmanados com os devotos da Irlanda.
ROTEIRO VERDE
No pub O Irlandês (Av. Afonso Pena, nº 1.650, Centro), de hoje até sábado, das 18h às 20h, a Lucky Hour promete preços com desconto em alguns itens do cardápio, sorteio de bebidas (“vale porre”) e, quem sabe, até um chope verde, além da Guinness, mais tradicional cerveja da Irlanda, e de atrações musicais, que até o fechamento desta edição não haviam sido confirmadas.
De qualquer modo, quem frequenta o local sabe que O Irlandês é um dos principais palcos do rock na cidade. Fazendo jus ao nome do estabelecimento, o pub costuma se transformar na maior concentração de figurinos, maquiagens, chapéus e outros adereços esverdeados durante o St. Patrick’s Day.
Mais informações: (67) 99262-2087.
CHOPE E ROCK
“Vista-se como um irlandês, tenha cuidado ao beber como um”, adverte, com humor, a chamada da Cervejaria Canalhas (Rua Dom Lustosa, nº 214, Seminário) para a sua balada temática em torno do santo, que está programada para sábado, a partir das 17h.
No cardápio, além dos chopes artesanais de fabricação própria e da petiscaria padrão, o público poderá contar com opções da comida típica irlandesa.
Outra novidade é a cerveja Plugada – do tipo lager levemente maltada –, com toque suave de caramelo e combinação de lúpulos alemães e americanos.
As bandas Old Peaches e Capivaras Voadoras foram escaladas para animar a festa verde do Canalhas. Os ingressos custam R$ 25 por pessoa e dão direito a um copo ecológico personalizado.
BRUNCH
Especializado em café da manhã, brunch e chá, o restaurante Gairdín, “jardim” em irlandês, que abriu as portas em 2021, disponibiliza, nesta quinta-feira, o seu “irish breakfast”, normalmente servido apenas nos fins de semana, que inclui panqueca de batata, bacon, cogumelo Paris, ovos mexidos, pão e tomate-cereja salteado no azeite.
Além do tradicional café da manhã irlandês, o Gairdín (Rua Fagundes Varela, nº 477, Jardim São Bento) servirá ainda, em caráter experimental, um café de cor verde, o matchá latte. Mais informações: (67) 99245-4830. Vale a pena ligar antes de ir, pois os horários de funcionamento da casa são restritos.
HISTÓRIA E MISTÉRIO
A verdadeira história de São Patrício ainda é um mistério. Isso porque ela é muito antiga e remete ao século 4 da era cristã. Alguns historiadores dizem que ele nasceu entre os anos de 373 e 390.
Naquela época, a Grã-Bretanha estava sob domínio romano, e nem o local de seu nascimento (Irlanda, Escócia ou País de Gales?) nem mesmo o nome do santo podem ser confirmados com exatidão.
“Historiadores acreditam que ele se chamava Maewyn Succat e era filho de Calpornius, um oficial do exército romano-britânico e diácono”, explica Luiz Fernando Schibelbain, gerente do PES English, que produz conteúdo e presta assessoria pedagógica voltada para o ensino da língua inglesa.
Patrício, ou Patrick (ou Maewyn…) teria sido sequestrado por piratas irlandeses aos 16 anos e, então, vendido como escravo na Irlanda.
Preso no norte da ilha, ele trabalhou como pastor de ovelhas e cuidou de porcos, ao mesmo tempo em que se tornava cada vez mais religioso.
Seu conhecimento da fé católica e sua proximidade com os druidas – encarregados do aconselhamento e do ensino, além das orientações jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta – permitiram que ele, pouco a pouco, disseminasse a doutrina cristã entre os irlandeses.
TREVO
Algumas das intervenções feitas por ele naquela época perduram até hoje e se tornaram símbolos famosos. “Um exemplo é o trevo, um elemento irlandês que já existia na cultura celta: era o conceito da trindade”, explica Schibelbain.
“Só que, para eles, a representação era de corpo, mente e alma. Saint Patrick fez uma adaptação e passou a doutrinar os celtas usando os trevos [shamrocks] para explicar a Santíssima Trindade [Pai, Filho e Espírito Santo]. Era o que o povo precisava para simpatizar com a fé cristã”, destaca o educador.
Rezando, Saint Patrick teve uma visão que o levou a encontrar um barco que partia com destino à Grã-Bretanha. Ele, então, fugiu e conseguiu voltar para casa, junto à sua família.
Via Correio do Estado MS