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Pesquisadores da UFMS transformam plástico em sensor eletroquímico

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A possibilidade de transformar plástico de qualquer formato em condutores elétricos e construir sensores eletroquímicos se tornou realidade na UFMS. “Isso é resultado de um longo trabalho. O primeiro projeto envolvia a transformação de materiais plásticos em condutores. A ideia era parar de utilizar os filamentos condutores de impressora 3D, isso porque o objeto impresso apresenta baixa condutividade, demandando uma etapa adicional para que se torne um condutor de fato”, explica o professor do Instituto de Física Cauê Martins.

O pesquisador conduziu os estudos que contaram também com a participação do acadêmico de Física Glinka Estadulho e a doutoranda Katia-Emiko Guima do Programa de Pós-graduação em Química da UFMS, além da colaboração da doutoranda Leticia Alencar e do professor da Universidade Federal da Grande Dourados Magno Trindade.

Pesquisadores da UFMS transformam plástico em sensor eletroquímico

“Este protocolo de transformação de plástico em condutor foi protegido na forma de pedido de Patente pela UFMS em 2019 e uma prova de conceito foi publicada na revista RSC Advances”, destaca Cauê.

A partir disso, os pesquisadores tiveram a ideia de construir sensores eletroquímicos, imprimindo uma peça plástica de poucos centímetros contendo algumas trilhas (caminhos rebaixados). “Primeiro utilizamos um software para modelar o nosso sensor e imprimimos em 3D”, fala Glinka. “O plástico não tem boa condutividade elétrica então utilizamos o protocolo para melhorar a condutividade do nosso sensor”, comenta o acadêmico. “Construímos três sensores diferentes, sendo um de grafite, um de rutênio e outro de cobre e conseguimos com esses três eletrodos detectar poluentes”, explica Kátia.

Pesquisadores da UFMS transformam plástico em sensor eletroquímico

De acordo com Cauê, esses sensores foram conectados a um mini potenciostato (do tamanho de um polegar) e a um smartphone. “O smartphone controla o potencial que o mini potenciostato aplica nos eletrodos do sensor. Estes sensores foram utilizados para quantificar cafeína, peróxido de hidrogênio e glicose em água em concentrações que chegaram a 2,3×10-6 mol/L”, destaca.

Para ele, o trabalho tem um potencial comercial, porque apresenta uma chance de substituir sensores impressos vendidos por grandes empresas. “Os sensores impressos em 3D custam aproximadamente R$ 1,60 para serem construídos. Eles foram testados em poluentes modelos e agora podem ser aplicados em amostras reais. Os sensores são baratos, estáveis e podem ser descartados”, ressalta. Cauê enfatiza que a estratégia utilizada pelo grupo exclui o uso de filamentos condutores, podendo ser um concorrente de mercado. “Adicionalmente, a peça impressa pode ter qualquer forma e tamanho, de modo que poderia concorrer no mercado de sensores impressos”, fala.

Destaque internacional

O estudo conduzido pelo grupo de pesquisadores foi publicado em uma revista da American Chemical Society e pode ser conferido aqui.

ViaAscom UFMS

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