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Seleção de filmes e séries em plataformas digitais

Redação
A dica da semana é o filme “Tio Frank”, o original da Amazon Prime Video

“Tio Frank”

Original comovente da Amazon Prime discute os impactos da homofobia e a jornada que é se aceitar plenamente em um mundo preconceituoso

Em junho, no mês internacional do orgulho LGBTQIA+ (junho), se intensificam na mídia as discussões sobre homofobia e os impactos negativos na vida dos membros da comunidade, que sofrem com estigmas, marginalização e violências que vão muito além das agressões verbais.

Apesar de já se ter percorrido um caminho considerável em termos de aceitação, infelizmente o Brasil ainda é o país que mais mata LGBTs, mostrando a enorme importância e urgência em tais discussões.

Para além de políticas públicas, a arte tem sido uma importante ferramenta de empoderamento, crítica e conscientização usada pela comunidade. Sendo assim, “Tio Frank”, o original da Amazon Prime Video, discute como os traumas do passado impactam no presente e no próprio sentido de felicidade.

Ambientado nos anos 1970, o filme é narrado pela jovem e deslocada Beth (Sophia Lillis) que mora com sua família no interior da Carolina do Sul.

Porém, o parente pelo qual tem a maior admiração é seu tio Frank (Paul Bettany), que vive longe, na moderna Nova York onde trabalha como professor universitário, e quase não aparece para visitá-los.

Apesar de ser um homem gentil, inteligente e carinhoso, com quem a adolescente consegue ter conversas profundas e marcantes, Beth não entende porque seu pai e avô o tratam tão mal todas as vezes que se reúnem.

Assim, quando tem a oportunidade, a jovem se matricula na universidade onde o tio favorito da aula, sem o conhecimento dele.

Lá, Beth irá descobrir o motivo do afastamento de Frank da sua própria família. Isso porque irá conhecer Wally (Peter Macdissi), um imigrante da Arábia Saudita com quem seu tio tem um relacionamento amoroso há dez anos sem ninguém da família ter conhecimento.

Quando o pai de Frank morre, os três vão embarcar em uma divertida e emocionante viagem de volta para a Carolina do Sul, onde o patriarca será enterrado.

Ao longo do trajeto, o tio de Beth terá que confrontar seus maiores medos e entender como esconder a verdade de sua própria família causa um enorme (e negativo) impacto na sua vida e no seu relacionamento amoroso.

Clique aqui para assistir ao trailer de “Tio Frank”.

 

Lógica fria

A nova produção original da Netflix fala sobre o amor impossível entre uma aristocrata e um jovem pobre na mágica cidade que São Petersburgo se torna no inverno

Um dos aspectos mais importantes em um conto de fadas é a sua ambientação. Os cenários deslumbrantes que misturam florestas e castelos estão tão associados a esse gênero que até na vida real parecem envolvidos por uma atmosfera mágica.

E é justamente dessa sensação que se aproveita o novo filme da Netflix, “Cidade de Gelo”. Ambientado no inverno de São Petersburgo (Rússia) do Século XIX, o original – que chega na plataforma dia 16 de junho – usa de rios e canais congelados para dar vida a sua própria história de amor.

“Cidade de Gelo” tem como protagonista Matvey (Fedor Fedotov), um jovem pobre de 18 anos que trabalha como entregador em uma padaria local.

O único bem valioso que possui é o par de patins de gelo de prata que herdou de seu pai, um ex acendedor de lampiões que está doente e precisa fazer uma cirurgia no exterior.

É com eles que Matvey consegue realizar suas entregas, aproveitando o fato de que a cidade fica praticamente congelada durante todo o longo inverno.

Porém, o protagonista irá ter que aprender a usar os sapatos para outras atividades depois de ser injustamente demitido da padaria.

Desesperado por dinheiro, Matvey acaba conhecendo um grupo de ladrões que, liderados por Alex, realizam furtos aos mais ricos que passam pelo mercado local.

O grupo utiliza de suas habilidades na patinação do gelo para não serem pegos em suas contravenções.

Além disso, o filme também aborda o cunho sociopolítico revolucionário dos jovens, que clamam por mudanças no governo e fazem duras críticas à Rússia aristocrata, pré-revolução russa.

Ao mergulhar nesse mundo, o caminho de Matvey acaba cruzando com o de Alice, a filha de um oficial de alto escalão que deseja estudar Ciências, mas é proibida por seu pai.

Apesar de virem de mundos completamente diferentes, os dois se apaixonam e, para ficarem juntos, terão que desafiar a todos.

Clique aqui para assistir ao trailer de “Cidade de Gelo”.

 

Mergulho no espelho

Filme mais sincero de Pedro Almodóvar chega em junho na Amazon Prime

Com 71 anos, Pedro Almodóvar é um dos mais famosos diretores espanhóis, responsável por obras como “A Pele que Habito” e “Tudo Sobre Minha Mãe”, ele é o maior símbolo da Movida Madrilenha, um movimento contracultural que surgiu em Madri na década de 1970 após a queda do regime franquista.

Na maioria de seus filmes as mulheres conduzem a trama, no entanto, em seu longa mais recente, lançado em 2019, o protagonista é uma versão dramática dele mesmo. Trata-se de “Dor e Glória”, longa-metragem que estreia na Amazon Prime Video dia 12 de junho .

A história gira ao redor de Salvador Mallo (Antonio Banderas), um diretor de 60 anos que, além de sofrer com um bloqueio criativo, sente dores crônicas pelo corpo, que o impedem de conceber um novo filme.

Com poucas perspectivas para o futuro, Salvador embarca em uma profunda crise existencial que o leva a reviver o passado em busca de respostas para sua melancolia presente.

Muitas de suas lembranças são sobre a infância em um humilde vilarejo espanhol ao lado da mãe, Jacinta (Penélope Cruz), com a qual tinha uma relação nem sempre pacífica, mas que o moldou como artista.

Ao ter, em uma homenagem, sua obra de 30 anos reexibida, ele se reencontra com Alberto Crespo (Asier Etxeandria), que viveu o personagem principal desse filme com o qual Salvador teve uma briga e impediu de assistir à estreia, por não concordam com a forma que Alberto interpretou o protagonista da trama.

Os dois são brigados desde o final das filmagens e esse episódio serve não só para que eles finalmente se resolvam, mas também para que Salvador avalie os sucessos e fracassos de sua carreira com mais maturidade.

Afinal, somente após se reconhecer o passado, o diretor será capaz de viver o presente sem amarras.

Clique aqui para assistir ao trailer de “Dor e Glória”.

 

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