Famílias da Capital demoram mais de um ano para quitar dívidas
Apesar de leve redução mensal no endividamento dos campo-grandenses, vilão das contas locais segue imutável e cartão de crédito permanece como principal “algoz”
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, quando o assunto é pagar contas, as dívidas das famílias campo-grandenses “fazem aniversário” e tiram o sono do morador da Capital por mais de um ano.
Análise da evolução do endividamento em Campo Grande mostram uma leve redução mensal, entre junho e julho, com o último índice registrado ficando 0,2 pontos percentuais (65,7%) abaixo do anteriormente registrado.
Cerca de 17,8 mil famílias de Campo Grande foram entrevistadas nos últimos 10 dias de junho, e apesar da leve diferença no índice, o vilão do endividamento segue imutável.
Isso porque, quanto aos tipos de dívidas, o cartão de crédito representa 73,3% do total das pendências de pagamentos das famílias.
Cabe apontar que a taxa de endividamento pelo cartão de crédito aflige as mais diversas classes sociais, com o índice da dívida para famílias que recebem até 10 salários mínimos sendo 71,1% e 84,8% para aquelas que recebem acima disso.
Abaixo dele, o ranking dos principais fatores endividadores totais são:
- 20,0% | Carnês
- 9,4% | Crédito Pessoal
- 8,7% | Financiamento de casa
- 6,8% | Financiamento de carro
- 4,9% | Crédito consignado
Aniversário de conta
Conforme a pesquisa da CNC, entre os 65% dos devedores, 27,7% se diz pouco e outros 22,7% se veem “mais ou endividados”, com a situação mais precária atingindo pouco mais de 16% dessa população com contas atrasadas.
No caso das famílias endividadas, 11% considera que não vai ter condições de pagar as contas atrasadas, percentual esse que chega a 36% quando levado em conta a possibilidade de quitar já no próximo mês.
Apenas 22,6% dos endividados consideram que conseguirão, dentro do próximo mês, arcar totalmente com as contas atrasadas,
Do tempo que essas famílias passam endividadas, a Pesquisa revela que, 53,9% dos endividados tem algum tipo de conta atrasada há mais de três meses.
Com a média de dias de atraso sendo 68 dias, as famílias que passam mais de um ano comprometidas com dívidas (29,1% do total) também são a maioria em todas as classes sociais.
Quando observada a situação de quem recebe até 10 salários mínimos, os “aniversários das contas” chegam para 26,7% dessas famílias.
Já para aqueles que recebem mais de 10 salários mínimos, as contas com mais de um ano comprometem a renda de 41,3% dessas famílias mais abastadas.
Via Correio do Estado MS