Brasileiros terminam em 2º lugar em torneio internacional de game em SP
[Via Folha de São Paulo]
O domingo (30) no Ginásio do Ibirapuera foi só tiro, porrada e bomba –virtuais. Tomado por fãs de game, o espaço poliesportivo foi, ao longo do fim de semana, palco da final de um torneio do jogo “Counter-Strike: Global Offensive”.
Com ingressos esgotados, cerca de 6.500 pessoas, segundo a organização do evento, compareceram ao local para acompanhar a disputa entre a equipe norte-americana Cloud9 e os brasileiros da SK Gaming. O vencedor levaria não só o troféu da ESL Pro League, como também um prêmio de US$ 200 mil.
E, após cerca de quatro horas de jogo, a equipe dos EUA se saiu vencedora por 2 a 1, na decisão disputada em esquema melhor de três. A SK Gaming, vice-campeã, levou para casa o prêmio de US$ 90 mil.
Etapa final do campeonato ESL Pro League de “Counter-Strike: Global Offensive”, disputada no Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo
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“É sensacional ver de perto, ao vivo. É diferente. É como assistir futebol na TV e no estádio”, compara o estudante Guilherme de Ávila, 21, que diz já até ter tido pretensões de jogar o game profissionalmente.
Ao lado da namorada, eles não desgrudavam os olhos da partida. “Não jogo, mas estou achando legal", disse Thalita Ribeiro, 18. "Só que poderia ter uma menina, né? Só tem homem ali", brincou a jovem –a plateia também era majoritariamente masculina. Eles vieram de Campinas para ver a competição.
Com shows de luzes e narração ao vivo por dois comentaristas, a partida foi transmitida em tempo real por dois telões instalados sobre o palco no qual os times jogavam compenetrados em seus computadores.
A torcida presente apoiava o time brasileiro com gritos e incentivos em coro, bandeiras e camisetas. "O campeão voltou!" e "Eu acredito!" eram alguns dos motes cantados pelo público –respectivamente, quando o time brasileiro virou e venceu o primeiro round e quando estava perdendo por grande diferença de pontos na última rodada.
"A torcida brasileira é realmente apaixonada por esse jogo", disse o jogador norte-americano Michael Grzesiek, que atende pelo apelido "Shroud" no time Cloud9. "Foi uma das mais fanáticas que já vi."
Na parte externa do ginásio foi montada uma área de alimentação, com foodtrucks, música e venda de cerveja –diferente de competições oficiais de outros jogos, como "League of Legends", em que bebidas alcoólicas não são vendidas.
"Counter-Strike" é um jogo de tiro no qual cada equipe representa uma força: a terrorista ou a contra-terrorista. Com cinco integrantes para cada lado, o objetivo de um lado é colocar uma bomba na base inimiga (e garantir que ela exploda), enquanto o do outro é eliminar a equipe e evitar que o explosivo seja instalado ou desarmá-lo uma vez que ele tenha sido acionado.
Os rounds podem ser disputados em cenários diferentes, e para cada um há uma estratégia. No domingo, a grande final foi decidida em esquema melhor de três com pelo menos 15 rounds cada. A decisão teve início por volta das 18h e foi finalizada às 22h.
Vestido como um dos personagens de terrorista do jogo –com lenço árabe na cabeça e óculos escuro–, Gustavo Schoder, 31, assistia a tudo da área plus, para a qual ingressos custavam R$ 450 (válidos para os três dias de evento, incluindo brindes e vouchers de alimentação e bebida).
Também foram comercializadas entradas de R$ 35 (válidas para um dia) e de R$ 900 ("premium", válidas para toda a competição, com direito a comida, bebida, passeio pelos bastidores e kit oficial do evento).
"A gente sempre jogou, desde moleque, quando ainda eram outras versões do game. E aí decidimos vir ver de perto", conta o advogado. "Hoje, a gente se reúne toda semana para jogar." Ele e mais cinco amigos vieram de Santa Catarina para acompanhar o evento.
Primeiro torneio internacional de "Counter-Strike" realizado no Brasil, a etapa final da ESL Pro League teve início na sexta (28), quando o Ginásio recebeu as disputas presenciais da fase de grupos. No sábado, foi a vez das quartas-de-final. No domingo, o público pôde assistir às semifinais e à final.